“ Eu não queria voltar em tempo algum.
Não tinha interesse em saber o que viria no futuro distante.
Eu só queria viver o momento presente.
Mas a vida é mais engenhosa do que poderíamos imaginar,
já que o esquecimento sobre a nossa caminhada cósmica nos cega.
Quando pensamos que tudo está sob controle,
creio que todos os astros, seres e estrelas dão sonoras e gostosas gargalhadas…
e ficam aguardando, como atentos espectadores, o desenrolar dos nossos passos
auxiliando vez ou outra, mostrando caminhos.
Em um instante de leveza,
no meu caminho deparei com algo simples
Uma gostosa e leve conexão
Do jeito que deve ser.
Tudo sob controle.
Mas então eu percebi a armadilha, a arquibancada de astros estava toda em pé…
atentos demais, cautelosos demais.
Estranho demais.
Novos seres se aproximaram, milhares, de lugares que eu jamais visitei.
Não eram da minha Hierarquia, eram da sua.
Tentei recuar.
Tarde demais.
Tentei entender.
Mergulho profundo.
Me afoguei.
Fui salva.
Salvei.
Agora estamos flutuando
No instante seguinte
Em um oceano nem tão desconhecido assim
Mas um pouco mais fluido.
Algumas coisas precisam ser deixadas para trás
O tempo todo
A todo instante
Para que os próximos instantes cheguem…
Ficar.
Ir.
Esperar.
Libertar.
Acolher.
Não sei quais serão os próximos passos meus.
Não espero próximos passos seus.
Apenas estou aqui.
Observo.
Te olho.
Ao te olhar te desejo profundamente e recebo o mesmo em troca.
Você me observa
Nesta luta injusta
Sente medo
Deseja profundamente
Acolhe o próprio desejo
Me presenteia com ele
Flutuamos no momento presente.
Por entre águas curadoras,
Regeneradoras.
Com a certeza que estamos no tempo certo
e que a cada minuto seguinte saberemos o quê fazer.
E então vivemos.
Apenas vivemos.
O que faremos no próximo instante?”
* Conto Canalizado por Wilmarise Martins, em 15/4/21