” Eu estava na beira do mar… olhando ao redor, observando o ir e vir das pessoas que ali estavam em busca de paz, equilíbrio, ar puro ou talvez respostas.
Lembrei que também tinha muitas perguntas, mas não queria ouvir as respostas naquele momento. Havia muito para esquecer, pouco para compreender.
E, na verdade, eu já sabia as respostas e também compreendia tudo. Apenas não queria pensar nisso por tempo indeterminado.
A rota de fuga que eu seguia parecia bastante segura…tinha o cenário perfeito para esconder todas as minhas dores. Era onde eu estava confortável e longe de tudo aquilo que me atormentava quando eu olhava para o mar e para o horizonte infinito.
Apenas uma coisa me mantinha com os pés na realidade: uma representação de Amor Amplo muito viva e que, naturalmente, em algum momento de sua jornada faria com que eu precisasse desviar do caminho seguro para lhe mostrar a vida sem os altos muros de proteção.
Quando eu pensava nisso, lembrava da minha realidade… aquela da qual eu estava em fuga e acreditava estar protegido por todo o meu tempo em vida.
Mas, sem esperar, num momento de descuido, talvez um devaneio mais demorado, ainda olhando o mar à minha frente, a minha realidade se aproximou com cuidado…se acomodou ao meu lado com movimentos seguros… e tinha olhos muito conhecidos.
O que vivi ali não foi nada suave, mas era exatamente o que eu precisava para não precisar mais fugir de mim mesmo e compreender que há muitas coisas que não necessitam de respostas, apenas precisam ser vividas”.
Conto por Wilmarise Martins 🌟😉💜